Dossiê Rússia – Parte 2 – A Guerra na Ucrânia

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Nessa segunda parte de “Dossiê Rússia”, verificaremos o fenômeno Nacional-Bolchevique e Eurasiano na Guerra Civil Ucraniana, que setores da dita “esquerda” odiariam que viesse a tona. E deve vir.

A Rússia, utilizando seu vasto arsenal de propaganda, vem criando uma falsa história de “golpe nazista na Ucrânia”. É verdade que um governo foi derrubado. Mas o governo que foi derrubado era um fantoche corrupto de Moscou. É verdade que o Ocidente se aproveitou dos protestos pra instalar um governo fantoche dele. Mas muitos manifestantes se revoltaram por motivos legítimos. É verdade que haviam setores de extrema direita no lado ocidental. Mas eles foram afastados logo que o novo governo se estabeleceu, e eram minoria. É verdade que a Rússia mobilizou milícias comunistas. Mas também mobilizou a extrema direita pró-Rússia, esta muito mais organizada que a rival. Vamos ver.

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Afirmação nº 1: O governo ucraniano era um fantoche russo.

Com a queda da União Soviética, a Rússia passou a tratar os outros países integrantes como satélites de seus interesses. Diversos ex membros da URSS são governados por líderes alinhados ao Kremlin, governantes autoritários que esmagam a oposição e agem como verdadeiros mafiosos.

Não poderia ser diferente na Ucrânia.

Yanukovich chegou à Crimeia com ajuda da Rússia, revela Putin – Voz da Rússia

http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_24/Yanukovich-chegou-Crimeia-com-ajuda-da-Russia-revela-Putin-7532/

Deposição de Yanukovich foi golpe inconstitucional, diz Putin – G1

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/deposicao-de-yanukovich-foi-golpe-inconstitucional-diz-putin.html

“Ainda que se considere que a Rússia é a maior máquina de propaganda e de fornecimento de armas para este conflito, os países ocidentais não estão a fazer muito melhor, uma vez que apenas reconhecem os interesses do novo governo em Kiev e apresentaram o movimento no leste da Ucrânia como meros fantoches da Rússia. O braço armado dos «federalistas» é, definitivamente, um fantoche do Kremlin , mas se não fosse o descontentamento generalizado e os protestos contra o novo regime em Kiev este braço armado não teria surgido.”

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2014/05/11/ucrania-anarquismo-no-contexto-da-guerra-civil/

“O regime russo, vendo a possibilidade de perder bruscamente sua influência na Ucrânia, inclusive sua base militar em Sebastopol, Crimeia, fundamental para a presença militar de Putin no mar Negro, começou a pressionar mais ativamente o governo ucraniano. Ofereceu reduzir em 30% o preço do gás e outorgar um empréstimo de US$ 15 bilhões, com o único objetivo de manter a Ucrânia dentro de sua ‘órbita de influência’. Da mesma forma, Putin redobrou seus esforços para incorporar a Ucrânia na chamada União Aduaneira, que é comandada pela Rússia e inclui o Cazaquistão e a Bielorussia.”

http://www.pstu.org.br/node/20353

“Os protestos tiveram início em novembro de 2013, quando o corrupto presidente pró-russo Viktor Yanukovich não assinou um acordo de livre-comércio com a União Europeia enquanto flertava com Putin. “

http://www.cartacapital.com.br/revista/801/a-encruzilhada-4520.html

“No último dia 9 de novembro, Putin se reuniu secretamente com seu colega ucraniano para assinar um tratado alternativo entre Kiev e Moscou. Na reta final, além do acesso ao mercado russo, Putin se dispôs a perdoar parte importante da dívida ucraniana, além de vários milhões de euros em créditos. 

O anúncio gerou uma onda de protestos que terminou por derrubar Yanukovich. Moscou sentiu que perdeu a oportunidade de frear as pretensões de expansão dos norte-americanos e europeus. A intervenção na Crimeia é uma resposta arbitrária, perigosa e para lá de ilegal. “

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Ucrania-entre-mafias-e-o-expansionismo-militar/6/30412

Afirmação nº 2: A extrema direita do lado ocidental era minoria.

Svoboda e Prevy Sektor eram, sim, partidos de direita e ultranacionalistas. Havia, inegavelmente, vários simpatizantes do nazifascismo em suas fileiras.Frente Brasileira de Solidariedade com a Ucrânia 2

O motivo que os levou a se opor a Rússia e tomar parte na revolta foi, puramente, tático. Por serem nacionalistas, não queriam um país que fosse capacho russo, e por isso optaram por cooperar com as forças do imperialismo ocidental liberal.

Mas tão logo ganharam, os liberais fizeram o que era de se esperar: boicotaram e isolaram as forças extremistas, de forma a manterem um governo alinhado com o Ocidente e seus reais patronos. Os nazifascistas foram enfraquecidos e ganharam apenas um ministério. Levaram uma surra nas eleições nacionais, e estão bastante revoltados com seus aliados, o que resultou até em um deles indo para o parlamento ameaça-los com uma arma.

“Aliás, um mito comum relativamente à questão ucraniana é o extrapolar do peso da extrema-direita no pós-revolução de Maidan. ”
http://www.publico.pt/mundo/noticia/a-esquerda-a-direita-e-vladimir-putin-1629860

“Em tempo, não há sequer consenso sobre o papel e importância de grupos fascistas entre aqueles que derrubaram o governo. “
http://www.tsavkko.com.br/2014/03/eua-versus-russia-o-ativismo-de-sofa-e.html

“Mas as sondagens indicam sobretudo uma perda de influência do Svoboda da qual o Pravy Sektor poderia sair beneficiado nas eleições locais ou legislativas. Não obstante, de momento, o seu candidato às presidenciais não atinge mais que 2% dos votos.”
http://www.insurgencia.org/a-ucrania-depois-da-queda-de-ianukovich/

“Membros do partido direitista Svoboda têm um punhado de pastas no novo governo, embora muito mais sejam comandadas por partidos políticos convencionais e pessoas com pontos de vista diferentes. Nesta primavera, eleições devem mostrar a popularidade limitada da extrema-direita dentro da sociedade ucraniana. Em pesquisas de opinião sobre as eleições presidenciais programadas para 25 de maio, os líderes da extrema-direita ucraniana recebem o apoio de 2 a 3 por cento dos cidadãos ucranianos. Nenhum dos candidatos líderes nas pesquisas nem remotamente lembra um nacionalista. Se as eleições ocorrerem, o vencedor provavelmente será um magnata do chocolate ou um ex-campeão de boxe peso-pesado, nenhum dos quais sequer remotamente nacionalista.”
http://darussia.blogspot.com.br/2014/03/extrema-direita-esta-influenciando-as.html

“Criada na Rússia e espectadora regular de canais de TV russos, ela liga todos os dias para perguntar se os pogroms já começaram a acontecer, afirmou Kaminezki. Ele responde para a mãe que não e que ela deveria parar de assistir a TV russa. — Isso é tudo mentira, os judeus não correm risco na Ucrânia, afirmou. O presidente russo, Vladimir Putin, ajudou pessoalmente a aumentar o pavor em um discurso realizado no Kremlin no dia 18 de março, quando descreveu a derrubada do presidente Viktor Yanukovych como um golpe armado executado por nacionalistas, neonazistas, russófobos e antissemitas que continuam a dar o tom na Ucrânia até o momento.”
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/04/governo-russo-alimenta-antissemitismo-na-ucrania-4486335.html

Afirmação nº 3: O Fascismo também vem do outro lado.

Frente Brasileira de Solidariedade com a UcrâniaO governo de Vladimir Putin é extremamente de direita. O racismo e a homofobia na Rússia alcançam níveis alarmantes. O presidente cada vez mais com uma retórica anti-ocidente, é aclamado pelo povo como um grande líder nacional.
Não obstante, ele se aproxima decisivamente com forças nacionalistas e reacionárias de toda a Europa que, por sua vez, lançam apoio total e irrestrito aos separatistas ucranianos.

A vitória dos pró-russos, longe de salvar a Ucrânia do Fascismo, seria totalmente oposto, apesar do fanatismo de setores de esquerda estarem dispostos a tudo por seu ódio aos EUA – inclusive se lançarem às forças mais tenebrosas.

Nazistas, fascistas, monarquistas e imperiais estão nas fileiras russas, onde o próprio Dugin, já mencionado na primeira parte desta série, assume a potência de sua influência.

A perseguição às minorias tártaras (muçulmanas) e ameaças à judeus reforçam o que alas da esquerda tentam fingir não existir.

“Continua no ocidente a batalha informativa sobre o que se está a passar no território ucraniano e, mais concretamente, na Crimeia. A esquerda ortodoxa e nacionalista, convencida que a mão dos Estados Unidos é a ‘mão de Satanás’ e que está por detrás das movimentações na Ucrânia, decidiu aliar-se ao regime corrupto de Putin, classificando os apoiantes de Kiev como ‘fascistas’ e defendendo com ‘unhas e dentes’ a nova anexação da Crimeia pela Rússia. Para os anarquistas, quer russos, quer ucranianos, quer ocidentais, o que se está a passar é um braço de ferro entre dois regimes que pouco se diferenciam: os dois têm apoiantes fascistas, são nacionalistas radicais e a conflitualidade extrema faz esquecer os problemas internos inerentes ao próprio sistema capitalista que dá vida a um e a outro regime. Depois das denúncias de que a extrema-direita estaria a alinhar com o regime de Kiev, o sítio anarquista Tahrir-ICN vem agora demonstrar que os apoiantes pró-russos também não se podem queixar da falta de apoio da extrema-direita xenófoba e racista europeia.”

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2014/03/18/ucrania-neo-nazis-ao-lado-de-putin/

“Tanto do lado ocidental, como do lado Russo existem forças ultranacionalistas, que se utilizam do chauvinismo, característico da política de Putin na retomada da centralização da autoridade de Moscou.”

http://uniaoanarquista.wordpress.com/2014/06/01/nacionalismos-e-a-disputa-imperialista-na-ucrania/

“A esquerda europeia parece tomada de uma doentia vertigem nacionalista pró-Putin, como se o regime russo fosse ‘flor que se cheirasse’. Um dos motivos tem sido o excessivo alarme colocado na existência de grupos fascistas entre os apoiantes do novo regime ucraniano. A extrema-direita tem estado presente nos dois lados do conflito, mas a dimensão do seu peso tem sido, deliberadamente, exagerado.”

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2014/03/03/comunicado-conjunto-de-varias-organizacoes-internacionalistas-da-russia-ucrania-e-moldavia-sobre-os-nacionalismos-russo-e-ucraniano/

“Uma parte das pessoas jovens da Ucrânia do leste era parte do Movimento Eurasianista desde antes, mas é interessante que algumas pessoas do Pravyi Sektor, entre os nacionalistas ucranianos, também estavam interessadas pela Quarta Teoria Política, por geopolítica, por Tradicionalismo, etc. (…) É interessante que os tradicionalistas que estavam antes influenciados por minhas idéias, pelo eurasianismo, também eram a vanguarda do Pravyi Sektor. Duas partes que eram mais ou menos influenciados pela Nova Direita, pelo Tradicionalismo e também pelo Eurasianismo se dividiram.  

Mas os liberais, os pró-ocidentais, estavam em Kiev, os oligarcas, os judeus, os liberais, os atlantistas, e assim os tradicionalistas estavam sendo instrumentalizadas e usadas pelos liberais e não representam o movimento do Maidan. (…) Já na Nova Rússia ocorria o oposto, as pessoas que representavam o movimento eurasianista são os líderes da Nova Rússia, do Donbass, desde o começo, desde a Criméia. Os eurasianistas do leste estavam no centro dos acontecimentos, com nosso apoio também, e muitos eurasianistas lutam na Nova Rússia. (…) Muitos movimentos nacional-ortodoxos, nacional-imperiais estão lá, alguns comunistas stalinistas também. O chefe de gabinete de Strelkov, que é monarquista, é stalinista, por exemplo. É muito importante que o chefe de gabinete do monarquista Strelkov seja um comunista. Isso é importante como exemplificação dessa síntese. Há também nacional-bolcheviques, porque Limonov mudou de posição outra vez. Voltou às posições nacional-bolcheviques originais. Não é popular, não é importante, mas é simbólico, há muita gente de esquerda e todos os tipos de nacionalistas também. “
http://legio-victrix.blogspot.com.br/2014/09/entrevista-com-aleksandr-dugin-no.html

“Nas últimas semanas foram distribuídos vários folhetos com mensagens anti-semitas à saída das sinagogas de Donetsk por homens mascarados. A cidade no leste da Ucrânia é um dos principais pólos do conflito entre o governo de Kiev e os separatistas pró-Russia, que querem que a área seja anexada por Moscovo, a exemplo do que aconteceu na Crimeia.”

http://www.publico.pt/mundo/noticia/judeus-ucranianos-fogem-do-antisemitismo-para-israel-1634746

“Nos anos 1980, muitos começaram a regressar à Crimeia. Mas no mês passado, enquanto as tropas russas ocupavam bases militares em toda a região, minorias tártaras foram amedrontadas por grupos de carecas. Eles carregavam um taco de beisebol e uma lista dos moradores tártaros, pintando uma cruz na fachada de suas casas.”

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/04/140418_antissemitismo_ucrnania_mm

Ucrânia: panfleto convoca judeus a se registrarem na cidade de Donetsk”

http://www.valor.com.br/internacional/3521014/ucrania-panfleto-convoca-judeus-se-registrarem-na-cidade-de-donetsk

“Parece mentira, mas é verdade, uma série dos fascistas, nazis e membros das organizações de extrema-direita russas, viajaram até Ucrânia para participar na luta … ‘antifascista’.”

http://darussia.blogspot.com.br/2014/03/quem-sao-os-nazis-na-ucrania.html

“O que o senhor pensa das leis anti-gays da Rússia? Estão certas. O liberalismo insiste na eliminação de toda forma de identidade coletiva. O último tipo de identidade coletiva é o gênero. A maioria absoluta dos russos tem uma atitude conservadora em relação à identidade de gênero.”

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/05/1460944-a-ucrania-e-tipico-estado-falido-criado-artificialmente-diz-extremista-russo.shtml

“Como os observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) foram impedidos de entrar na Crimeia, o trabalho de fiscalização do pleito coube a um grupo de cinco estrangeiros convidados pela organização do referendo – todos com discursos radicais de extrema-esquerda ou de extrema-direita, inclusive um do partido francês Frente Nacional.”
http://www.portugues.rfi.fr/geral/20140317-legalidade-e-lisura-do-referendo-na-crimeia-podem-ser-questionadas

“O documento enumera numerosos exemplos específicos de assassinato, tortura, espancamentos, sequestros, intimidações e alguns casos de assédio sexual, na sua maioria perpetrados por grupos antigovernamentais armados. A Organização das Nações Unidas condena ainda a ‘perseguição’ aos tártaros da Crimeia, uma minoria muçulmana da península ucraniana anexada pela Rússia em março.”
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3866993&seccao=Europa

“Os tártaros da Crimeia denunciaram uma série de desaparecimentos inexplicáveis de membros de sua comunidade na península ucraniana anexada à Rússia em março, ao passo que vários ativistas tártaros já foram presos ou alvo de ataques nas últimas semanas.”
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20141002/tartaros-denunciam-desaparecimentos-crimeia-anexada-pela-russia/195262.shtml

“Nós não vamos nos limitar em anexar a Crimeia. Isso é uma certeza. […] No entanto, nossa revolução não irá parar na Ucrania Ocidental. Ela deve ir mais fundo na Europa. Este é o aspecto mais interessante: com o Maidan em Kiev, os EUA abriram a Caixa de Pandora na Europa. E ela não pode mais ser fechada.”
http://portal-legionario.blogspot.com.br/2014/03/dugin-horizontes-da-nossa-revolucao-da.html

 

 Vermelho à Esquerda

O material que comprova o aspecto nacionalista e reacionário dos “rebeldes ucranianos” pró-Rússia é notório.

Vladimir Putin utiliza-se para seus objetivos mesquinhos de organizações da extrema direita que estão em atuação na Ucrânia. Hipocritamente, acusa o governo burguês de Kiev de ser nazista, quando grandes quantias deles estão entre suas forças

O Estado russo, mafioso e criminoso, não surpreende em sua atitude. Diferentemente de alas da esquerda. Movidas por um antiamericanismo irracional, optam por contrapor o imperialismo ocidental apoiando um outro, tão doentio quanto.

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), governista, é um dos principais apoiadores. Seu site de notícias (falsas) é Vermelho. Abaixo, algumas reportagens mostrando o seu lado:Vermelho à Esquerda 2

“O mundo muda. Ontem, tínhamos uma direita capitalista e uma esquerda socialista. Hoje em dia o mundo é dominado pelos Estados Unidos, e a primeira questão que se coloca é ou de os servir ou de lhes resistir. Como durante a Segunda Guerra mundial encontram-se todas as ideologias em cada campo. De momento, Washington coordena a aliança na Europa entre nazis e jihadistas, com a bênção dos Russos anti- Putin.”
http://www.vermelho.org.br/noticia/242438-9

“Rússia prepara novo comboio humanitário para Ucrânia”
http://www.vermelho.org.br/noticia/249439-9

“Plano de Putin dá a Ucrânia oportunidade de paz”
http://www.vermelho.org.br/noticia/248972-9

O PCdoB não é o único partido que se dispõe a apoiar os nacional-bolcheviques. O PCB (Partido Comunista Brasileiro) também.

Mantendo a lógica de “inimigo dos EUA é meu amigo”, o PCB não recua frente a oportunidade de defender os “rebeldes russos”.

“Deve-se notar, também, que, para além da Europa, há uma série de formações políticas quase fascistas que são, de uma forma ou de outra, apoiadas pelos Estados Unidos.”
http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=7037%3Aucrania-e-o-renascimento-do-fascismo&catid=43%3Aimperialismo

“Vivenciamos nas últimas semanas a escalada da violência fascista na Ucrânia, onde setores mais à direita, apoiados e financiados pelos Estados Unidos e pela União Europeia, deram um golpe de estado, retirando do poder o presidente Yanukovith, legalmente eleito.” http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=7135:ucrania-fascismo-transnistria-e-cerco-a-russia&catid=43:imperialismo

“Este artigo é o primeiro de uma série de artigos que realizarão um balanço dos dois primeiros meses do governo golpista de forças conservadoras-fascistas apoiado pela maioria dos oligarcas e instalado em Kiev com apoio dos EUA. Tratarão dos efeitos políticos, econômicos, sociais e geopolíticos desse governo.” http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=7397:qascensao-do-fascismo-na-ucraniaq-&catid=43:imperialismo

Outro partido de esquerda, o Causa Operária (PCO) segue a mesma linha. Ao contrário dos anteriores, se diz trotskista.

“Essa situação forçou o próprio governo russo, que estava em uma política ultradefensiva, a intervir na Crimeia, anexando-a. “
http://www.pco.org.br/internacional/por-que-os-eua-impulsionaram-um-golpe-na-ucrnia/aabi,y.html

“A propaganda imperialista diz que existe uma ofensiva do governo Putin contra a Ucrânia, apresentando-o como o opressor da Ucrânia, no lugar dos fascistas que tomaram o poder a partir do controle da Praça Maidan (Independência), em Kiev, impulsionados pelo imperialismo. “
http://www.pco.org.br/internacional/contra-o-golpe-de-estado-promovido-pelo-imperialismo-na-ucrnia/aebs,b.html

O argumento entre comum aos três partidos – e a outros grupos de esquerda – segue o mesmo: os Estados Unidos implantaram um regime fascista, e por isso devemos dar apoio inquestionável à Rússia.

Um ponto curioso, igualmente, ronda o recém eleito governo de esquerda grego, do partido Syriza (apoiado por Psol, PSTU e Esquerda Marxista):10945697_1539320743020221_4105747529445655308_n
“No ano passado, durante sua viagem internacional como candidato a presidente da Comissão Europeia, Tsipras visitou em maio Moscou, onde atacou ‘a presença de neonazistas no [Governo de] Kiev’ — a mensagem oficial dos pró-russos da Ucrânia e de Moscou – e denunciou as sanções contra o Kremlin.”

E então temos a cereja do bolo:

“Na viagem, foi acompanhado por seu atual ministro de Relações Exteriores, Nikos Kotzias, do Partido Comunista da Grécia (KKE, próximo a Moscou). O nacionalista Kotzias mantém uma boa relação com o também nacionalista radical Aleksandr Dugin, um dos ideólogos do eurasianismo – e próximo a Vladimir Putin – a quem convidou a visitar a Universidade do Pireu, onde Kotzias era professor de Relações Internacionais.”

Lembrando que KKE é um dos maiores partidos stalinistas hoje, e é admirado por partidos aqui no Brasil, como o PCB.

E o aliado de direita do Syriza, Gregos Independentes, também nos brinda com uma outra surpresa:

“Mas ele não é o único que frequenta Moscou, Panos Kammenos é outro próximo aos russos. Tanto ele quanto Kotzias foram cortejados pelo círculo mais íntimo do Kremlin, onde aparecem alguns dos nomes que estão proibidos de viajar para a UE e os EUA pelas sanções. Estas relações perigosas – Dugin é muito conhecido entre os radicais populistas europeus – estão sob a lupa dos serviços de segurança europeus.”
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/29/internacional/1422552514_332844.html

” A aliança do Syriza com o partido nacionalista ANEL reforçou a russofilia de Atenas. O seu líder, Panos Kammenos, é um apologista da Rússia de Putin com a qual a Grécia partilharia ‘valores civilizacionais’ fundados na herança do cristianismo ortodoxo. ”
http://www.publico.pt/mundo/noticia/sera-a-grecia-o-cavalo-de-troia-russo-na-ue-1685204

Os planos de Aleksandr Dugin e Vladimir Putin seguem de vento em popa. A esquerda, mais do que se silenciar, coopera abertamente com eles. Talvez por ignorância, talvez por oportunismo.

Na próxima parte do “Dossiê Rússia”, veremos a movimentação de peças pela Rússia ao redor do mundo, deixando o recado de que precisaremos nos preocupados com outro Imperialismo logo logo.

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3 Comentários

  1. Tirso Duarte · · Responder

    “Movidas por um antiamericanismo irracional, optam por contrapor o imperialismo ocidental apoiando um outro, tão doentio quanto.” Parece irracional para quem não tem noção da força do imperialismo americano. A Rússia não possui uma rede de agências ligadas ao governo (USAID, McArthur, IRI, NED etc) financiando rebeldes e dissidentes ao redor do mundo. O (petro)dólar ainda é a moeda de latro mundial. As agências de classificação de risco, as principais redes de notícias, o FMI e quase todas as multinacionais são controlados pelos capitalistas ocidentais. É doentio odiar os que implantaram ditaduras terríveis no nosso continente e ainda hoje controlam nossa mídia e economia? Os que financiaram massacres na América Central? Os que destruíram o Iraque, a Iugoslávia, a Líbia e a Síria? Claro, todos mereceram porque eram governados por ditaduras terríveis. Só não peçam para derrubar as ditaduras da Arábia Saudita, Qatar, Tailândia, Bahrein etc. Essas os EUA financiam. Financiam também as ocupações e o apartheid de Israel. Não dá pra considerar que há um imperialismo russo nessas proporções com base em textos do Dugin. É preciso se ater aos fatos. Vivemos num mundo unipolar. Os EUA e o capitalismo liberal ocidental detém a hegemonia, por enquanto. E buscam a dominação global total. O purismo dos anarquistas é lindo. Mas se os EUA conquistarem Rússia e China, nada mais poderá detê-los

  2. Tirso Duarte · · Responder

    Cuidado para não postar notícias falsas.
    Essa dos panfletos antissemitas em Donetsk foi desmentida por jornais ocidentais mainstream.
    http://time.com/67272/ukraine-jew-register-donetsk/
    http://www.theguardian.com/world/2014/apr/18/antisemitic-donetsk-peoples-republic-ukraine-hoax
    Na parte 1, tem uma notícia de que transexuais foram proibidos de dirigir na Rússia. Na verdade, o ministério da saúde copiou para o decreto uma lista de desordens comportamentais da OMS, na qual a transexualidade está incluída, e depois negou que haja a proibição

  3. Sinto vontade de rir quando vejo compararem a Rússia ao imperialismo ianque. Gostaria de saber quantos golpes de Estado pelo mundo -eu disse pelo mundo– a Rússia já realizou até hoje. Quantas bases tem instaladas na Europa, na Ásia, na África, nas Américas. “(…) devemos dar apoio inquestionável à Rússia.“- “inquestionável”, por quê? Há quem o dê, mas apoio incondicional, conforme Trotsky nos ensinou, é apenas para com Estados Operários (ainda que degenerados). Nosso apoio à Rússia é um apoio crítico, consciente, alerta. A classe trabalhadora internacional precisa de um mundo multipolar, e isso implica em apoiar a Rússia. Quem hoje pode fazer frente à OTAN? Decerto não as seitas esquerdistas pequeno-burguesas.

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